30 anos de gestão do risco de catástrofes: uma análise crítica

Resumo

Mais de três décadas de iniciativas e recursos não quantificáveis investidos na redução das perdas humanas e materiais decorrentes de desastres não apresentaram resultados minimamente promissores. Pelo contrário, ano após ano, o impacto desses eventos cresce e se acumula em uma escalada que não pode ser contida. As ações empreendidas pelas burocracias nacionais e internacionais têm se mostrado ineficientes na prática, assim como os esforços da comunidade acadêmica e das organizações dedicadas à geração e promoção do conhecimento, incluindo redes de profissionais ou organizações não governamentais. Por que, diante da aparente clareza e concordância sobre as causas dos riscos e desastres por parte dos governos e da comunidade internacional, não houve progresso na sua redução? Por que as ações de redução de riscos não conseguiram transcender a preparação e a resposta a emergências? Por que o conhecimento gerado até agora sobre a causalidade dos riscos não foi traduzido em ações eficazes? Qual é o papel que as sociedades sujeitas a condições de risco ou afetadas por desastres devem desempenhar em esquemas de intervenção mais eficientes para reduzir os riscos? Essas são algumas das perguntas que este documento procura responder.