Pré-tratamento de efluentes têxteis por processos oxidativos avançados visando maior eficiência do tratamento biológico posterior

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Renata De Oliveira Pereira
Ann Honor Mounteer
Raphael Corrêa Medeiros
Alessandra Cunha Lopes
Demétrius Brito Viana
Betânia Latini Gomes

Resumo

Os efluentes da industria têxtil possuem uma baixa biodegradabilidade (razão DBO/DQO). Uma alternativa para tratar estes efluentes são os processos oxidativos avançados (POAs), que são caracterizados pelo uso de um oxidante forte, o radical hidroxila (•OH), para degradar a matéria orgânica. Dois destes processos que demonstram grande potencial para o tratamento de efluentes dessa indústria são a fotólise e a fotocatálise heterogênea catalisado por dióxido de titânio, ambas com adição de peróxido de hidrogênio (H2O2/UV e H2O2/TiO2/UV). O tratamento completo por POAs é muito dispendioso, portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o pré-tratamento por POAs para aumentar a biodegradabilidade do efluente têxtil e potencializar seu tratamento biológico posterior. Num teste preliminar, verificou-se que o estado médio de oxidação (relação entre a DQO e o COT) se estabilizou e o residual de H2O2 se esgotou apos duas horas de reação, não havendo necessidade de estender o tratamento além desse tempo. Tratamentos com 2 mM H2O2/UV e com apenas UV tivereram pouco ou nenhum efeito sobre a DBO, DQO ou biodegradabilidade do efluente têxtil. Os tratamentos com 5mM e 10mM H2O2/UV apresentaram a mesma tendência, com aumento da biodegradabilidade do efluente nos primeiros trinta minutos do tratamento, mas o aumento da biodegradabilidade por mg de H2O2 consumido foi maior para a dose de 5 mM H2O2 do que para a de 10 mM H2O2. Nos tratamentos com H2O2/TiO2/UV a remoção de DQO se mostrou proporcional ao aumento da dose de peróxido aplicada, mas o tratamento com 5 mM H2O2 proporcionou o maior aumento de biodegradabilidade (0,14 a 0,25) enquanto os tratamentos com 0 e 2 mM H2O2/TiO2/UV resultaram em apenas pequenos aumentos da DBO. Os tratamentos com 5mM H2O2, tanto na presença (H2O2/TiO2/UV) como na ausência (H2O2/UV) de dióxido de titânio, foram escolhidos como os melhores entre os POA avaliados. Os dois tratamentos foram eficientes na remoção da cor do efluente têxtil, removendo de 64 a 66% da cor nos primeiros 60 minutos de reação. No entanto, a presença do catalisador TiO2 não resultou em ganho de biodegradabilidade do efluente. Baseado nos resultados obtidos, o tratamento H2O2/UV com 5 mM de H2O2 e 30 minutos de irradiação UV foi considerado o melhor para o efluente avaliado.

Detalhes do artigo

Como Citar
[1]
De Oliveira Pereira, R., Honor Mounteer, A., Corrêa Medeiros, R., Cunha Lopes, A., Brito Viana, D. e Latini Gomes, B. 2009. Pré-tratamento de efluentes têxteis por processos oxidativos avançados visando maior eficiência do tratamento biológico posterior. Revista AIDIS de ingeniería y ciencias ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. 1, 2 (nov. 2009).

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Biografia do Autor

Renata De Oliveira Pereira

Engenheira Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa, 2005.Mestrandoem Saneamento Ambiental/Engenharia Civil na Universidade federal de Viçosa.
Av: Santa Rita, 414/301, Centro, Viçosa, Minas Gerais, Brasil.Telefone: (031)3892-4538, (031) 91393818, e-mail: pereira.or@gmail.com

Ann Honor Mounteer

D.S. Microbiologia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa, Professor Adjunto,Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa.

Raphael Corrêa Medeiros

Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa.

Alessandra Cunha Lopes

Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa.

Demétrius Brito Viana

Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa.

Betânia Latini Gomes

Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa.