Uso de ozônio para melhoria do tratamento biológico de efluentes da indústria de celulose

Conteúdo do artigo principal

Anderson de Assis Morais
Ann Honor Mounteer
Daniella Sette Abrantes Silveira
Adair José Regazzi
Felipe Dutra Brandão
Jaqueline Almeida de Oliveira

Resumo

O trabalho investiga o uso da ozonização visando a remoção de compostos recalcitrantes e a melhoria da biotratabilidade de efluente alcalino de branqueamento ECF de celulose kraft de eucalipto. Esses efluentes apresentam baixa biodegradabilidade e a ozonização leva a uma melhora da biodegradabilidade, principalmente devido a um aumento da DBO5 e ligeira redução da DQO. Os testes foram realizados em duas amostras (Efluente A e Efluente B). No Efluente A avaliou-se a influência dos parâmetros pH (10,9 e 7) e temperatura (35 e 70ºC) e no Efluente B avaliou-se a influência do peróxido de hidrogênio (doses de 0,7; 2; 4 e 10mM) na ozonização (doses de 2; 5; 10 e 20mM de ozônio). Os dados foram submetidos à análise estatística através de regressão linear múltipla. No Efluente A foi observada uma remoção de DQO de até 20% com uma combinação de 20mM de O3, pH 10,9 e temperatura de 70ºC. A remoção de DQO, COT, cor, e carboidratos aumentou à medida que aumentou-se a dose de ozônio. Houve um aumento na biodegradabilidade (DBO5/DQO) de 92% com uma dose de ozônio de 10mM , em pH 10,9 e temperatura de 70ºC. A toxicidade aguda caiu com o aumento da dose de O3. Para o Efluente B houve uma remoção de DQO de até 21% na combinação de 20mM de O3 e 4mM de H2O2. O aumento da dose de ozônio apresentou uma maior influência na remoção de DQO, COT e cor que o aumento da dose de H2O2, onde para uma mesma dose de ozônio observou-se uma pequena influência do H2O2. Houve um aumento de biodegradabilidade de até 63% com uma dose de ozônio de 10mM e de H2O2 de 4mM. A toxicidade aguda aumentou ligeiramente com o aumento da dose de O3 para as doses de 2 e 4mM de H2O2, mas depois caiu, sendo eliminado o efeito tóxico a 20mM de O3, independente da dose de H2O2. Foi observada uma ligeira remoção de COT, com um valor máximo de 7% em doses de 4mM de H2O2 e 20mM de O3. A pequena perda de COT indica que apesar da matéria orgânica estar sendo oxidada, indicado pelo aumento do estado de oxidação e pela remoção da DQO, ela não foi mineralizada, pois a mineralização deve ser conseguida no tratamento biológico e não no tratamento químico, devido aos custos mais baixos do tratamento biológico.

Detalhes do artigo

Como Citar
[1]
Morais, A. de A., Honor Mounteer, A., Abrantes Silveira, D.S., Regazzi, A.J., Dutra Brandão, F. e Almeida de Oliveira, J. 2009. Uso de ozônio para melhoria do tratamento biológico de efluentes da indústria de celulose. Revista AIDIS de ingeniería y ciencias ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. 1, 2 (nov. 2009).

Citas en Dimensions Service

Biografia do Autor

Anderson de Assis Morais

Biólogo, Mestrando em Saneamento Ambiental, Departamentode Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa.
Rua Maestro João Salgado Amorim, 161, Apto 301, Lourdes, Viçosa, Minas Gerais, Brasil.Telefone: +55 31 88191937 e-mail:andersondeassis@bol.com.br

Ann Honor Mounteer

D.S. Microbiologia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa,Professor Adjunto, Departamento de Engenharia Civil,Universidade Federal de Viçosa.

Daniella Sette Abrantes Silveira

Graduando Engenharia Ambiental, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal deViçosa.

Adair José Regazzi

DS Estatística e Experimentação Agronômica ESALQ/USP, Professor Titular, Departamento deInformática, Universidade Federal de Viçosa.

Felipe Dutra Brandão

Graduando Engenharia Ambiental, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal deViçosa.

Jaqueline Almeida de Oliveira

Graduando Engenharia Ambiental, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal deViçosa.