Uso de ozônio para melhoria do tratamento biológico de efluentes da indústria de celulose
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Resumo
O trabalho investiga o uso da ozonização visando a remoção de compostos recalcitrantes e a melhoria da biotratabilidade de efluente alcalino de branqueamento ECF de celulose kraft de eucalipto. Esses efluentes apresentam baixa biodegradabilidade e a ozonização leva a uma melhora da biodegradabilidade, principalmente devido a um aumento da DBO5 e ligeira redução da DQO. Os testes foram realizados em duas amostras (Efluente A e Efluente B). No Efluente A avaliou-se a influência dos parâmetros pH (10,9 e 7) e temperatura (35 e 70ºC) e no Efluente B avaliou-se a influência do peróxido de hidrogênio (doses de 0,7; 2; 4 e 10mM) na ozonização (doses de 2; 5; 10 e 20mM de ozônio). Os dados foram submetidos à análise estatística através de regressão linear múltipla. No Efluente A foi observada uma remoção de DQO de até 20% com uma combinação de 20mM de O3, pH 10,9 e temperatura de 70ºC. A remoção de DQO, COT, cor, e carboidratos aumentou à medida que aumentou-se a dose de ozônio. Houve um aumento na biodegradabilidade (DBO5/DQO) de 92% com uma dose de ozônio de 10mM , em pH 10,9 e temperatura de 70ºC. A toxicidade aguda caiu com o aumento da dose de O3. Para o Efluente B houve uma remoção de DQO de até 21% na combinação de 20mM de O3 e 4mM de H2O2. O aumento da dose de ozônio apresentou uma maior influência na remoção de DQO, COT e cor que o aumento da dose de H2O2, onde para uma mesma dose de ozônio observou-se uma pequena influência do H2O2. Houve um aumento de biodegradabilidade de até 63% com uma dose de ozônio de 10mM e de H2O2 de 4mM. A toxicidade aguda aumentou ligeiramente com o aumento da dose de O3 para as doses de 2 e 4mM de H2O2, mas depois caiu, sendo eliminado o efeito tóxico a 20mM de O3, independente da dose de H2O2. Foi observada uma ligeira remoção de COT, com um valor máximo de 7% em doses de 4mM de H2O2 e 20mM de O3. A pequena perda de COT indica que apesar da matéria orgânica estar sendo oxidada, indicado pelo aumento do estado de oxidação e pela remoção da DQO, ela não foi mineralizada, pois a mineralização deve ser conseguida no tratamento biológico e não no tratamento químico, devido aos custos mais baixos do tratamento biológico.
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Como Citar
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Morais, A. de A., Honor Mounteer, A., Abrantes Silveira, D.S., Regazzi, A.J., Dutra Brandão, F. e Almeida de Oliveira, J. 2009. Uso de ozônio para melhoria do tratamento biológico de efluentes da indústria de celulose. Revista AIDIS de ingeniería y ciencias ambientales: Investigación, desarrollo y práctica. 1, 2 (nov. 2009).