Além do vidro e da carne: inseguranças e estratégias trabalhistas de faquires no metrô da Cidade do México

Resumo

• A impossibilidade de acesso a um emprego por viver na rua e viver na rua por falta de acesso ao mercado de trabalho é uma das correlações sociais que tem levado a população em situação de rua a configurar sua própria descrição do trabalho. Entre as atividades econômicas a que recorrem estão as práticas que foram classificadas como mendicidade e mendicidade disfarçada; uma delas é a atuação do faquir dentro dos vagões do Metrô. Diante do paradoxo da resolução e da exposição ao risco na prática do faquir, este artigo descreve as condições sociais que configuram o exercício do faquir como trabalho, as inseguranças envolvidas, as estratégias usadas para lidar com essas inseguranças e a influência das raízes de rua e gênero na percepção de risco e permanência na atividade, destacando a criminalização da atividade dentro do Metrô como um dos principais riscos.Tudo isso, a partir das narrativas e trajetórias de trabalho de um grupo de pessoas que praticam ou em algum momento de suas vidas praticaram o faquir.