Subjetivação arregimentada pelo tempo: o uso do relógio no dispositivo disciplinar

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Jesús Aguilar Velázquez

Resumo

Com base na sistematização dos conceitos oferecidos pelo filósofo francês Michel Foucault, no presente trabalho é feita uma análise e descrição do papel desempenhado pelo relógio como elemento do dispositivo utilizado no processo de criação do sujeito e da subjetividade disciplinar. Considerando o objeto técnico como uma matéria formada que exibe em seu uso um diagrama de poder projetado pelo discurso biopolítico da sociedade capitalista. Nesse caso, há a relação entre o uso do relógio e a nova forma de viver o tempo segundo os enunciados que formalizam a sociedade disciplinar. Para isso, faz-se uma breve análise sócio-histórica do processo em que esse objeto passou a ser utilizado para gerar comportamentos disciplinados nos conventos desde o século vii, e que acabaria por ser utilizado nos próprios espaços disciplinares. Apontando de forma geral o processo de mutação das práticas relacionadas a um tempo orgânico que gradativamente se adaptam a um tempo mecânico. O que aplicado ao corpo e seus movimentos resulta em disciplina, ou seja, uma forma de direcionar o movimento que configura um sujeito útil para a produção e reprodução do capitalismo.


 

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Como Citar
Aguilar Velázquez, J. (2023). Subjetivação arregimentada pelo tempo: o uso do relógio no dispositivo disciplinar. Acta Sociológica, 91(91), 107–132. https://doi.org/10.22201/fcpys.24484938e.2023.91.87048
Biografia do Autor

Jesús Aguilar Velázquez, Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la Universidad Nacional Autónoma de México

  • Licenciado en Sociología por la Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la Universidad Nacional Autónoma de México, UNAM.
  • Adscripción a la Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la Universidad Nacional Autónoma de México.